Aproximações

Eu te vejo sumir por aí Te avisei que a cidade era um vão Dá tua mão, olha prá mim...


Eu te vejo sumir por aí
Te avisei que a cidade era um vão
Dá tua mão, olha prá mim
Não faz assim, não vai lá, não

Em As Vitrines, com sua bela poesia, Chico Buarque nos adverte. No entanto, cientes dos perigos ou não, ignoramos os conselhos e nos aventuramos pelas ruas das grandes cidades.

Nestes tempos pandêmicos, sem abraços ou apertos de mão, tudo o que precisamos é de um pouco mais de afeto e da consciência de que é preciso respeitar as orientações das autoridades de saúde pública.

Quem circula pelas vias públicas, sem o uso de máscara, expressa um negacionismo que multiplicado, pode custar a vida de milhares pessoas. A simples recusa parece indicar a agressividade de pessoas que estão próximas de partir para uma briga.

Como não percebemos os movimentos de ódio que atravessaram ruas e redes, na tentativa de nos tornar incomunicáveis, dentro de nossas bolhas? Para romper as cercas embandeiradas que separam quintais, precisamos de sabedoria para construir pontes e diálogos que permitam aproximações e entendimentos.

É natural, diante de tanta animosidade e má vontade que as pessoas se perguntem onde foi que nós erramos, onde ficaram as noções de civilidade e respeito. Há quem se revolte contra tudo e contra todos, sem ao menos filtrar e distinguir quem pode se tornar mais adiante, um aliado na luta por um mundo mais justo e solidário.

Ao identificar o terreno que estamos pisando, podemos nos proteger contra os perigos que rondam nossas cidades e encontrar, com sapiência e gentileza, os caminhos para uma sociedade mais atenta, paciente e cuidadosa.

Foto: Enrique Hoyos no Pexels
Marcio Kerbel


Marcio Kerbel – Jornalista


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