Democracia

Na direção contrária dos que celebram páginas infelizes de nossa história, observamos o mundo pela lente das conquistas populares. O...

Comício das Diretas na Candelária, em 1984. Foto: Brasil de Fato

Na direção contrária dos que celebram páginas infelizes de nossa história, observamos o mundo pela lente das conquistas populares. O sonho de uma nação democrática continua inspirando todos aqueles que sonham com um país desenvolvido, mais justo e feliz.

Democracia, essa palavra com 10 letras, significa o regime político em que a soberania é exercida pelo povo. O rompimento institucional ocorrido em março de 1964, mergulhou o país, em um regime de exceção que durou 21 anos. Para compreender esse período, é necessário observar como se construiu a resistência popular que resultou nas manifestações pelas eleições diretas ainda na primeira metade da década de 80.

Censura

A imprensa e os meios culturais sofriam forte censura, aqui e ali, setores populares foram se articulando, publicando questionamentos sobre o regime. Com Peças de teatro, filmes, novelas censuradas e as redações amordaçadas, surgiram os meios alternativos de imprensa e redes de organizações sociais que buscavam conscientizar a população sobre a necessidade da retomada democrática.

Diante das pressões sociais, o governo apresentava uma abertura lenta e gradual que estava longe do que o público reivindicava. Aos poucos, o regime percebia que estes movimentos eram irreversíveis. Em 1979, a luta pela anistia, ampla, geral e irrestrita marcava a mobilização de setores da oposição e o conjunto dos movimentos sociais.

O sonhado retorno de Betinho, o irmão do Henfil, era apenas uma das faces mais conhecidas dos exilados que deixaram o país por conta da perseguição política, ao lado de lideranças como Luís Carlos Prestes, Miguel Arraes e Leonel Brizola.

Diretas Já

Em 1984, mais de 1 milhão de pessoas ocuparam a Candelária, no Rio de Janeiro, na campanha que ficou conhecida como Diretas Já. A multidão atendia ao chamado de sindicatos, partidos políticos e movimentos sociais que sonhavam com a eleição direta para presidente, o fim da ditadura e a volta da democracia.

Naquele período, o regime militar completava 20 anos com restrições de liberdade, perseguição política, fim das garantias individuais, repressão e censura. A luta pela democracia mobilizou amplos setores da população que seguiu pressionando, mesmo com a derrota da Emenda Dante de Oliveira no Congresso Nacional.

Esse mesmo parlamento assegurou no ano seguinte, a eleição de Tancredo Neves como primeiro presidente civil, após 21 anos . O ex-governador de Minas foi eleito no colégio eleitoral para um mandato de seis anos, com 480 votos contra 180 dados a Paulo Maluf. Três anos depois, em 1988, o processo democrático se consolidava, com a aprovação pela Assembleia Nacional Constituinte da Constituição Cidadã, como tão bem definiu o deputado Ulisses Guimarães.

Marcio Kerbel


Marcio Kerbel – Jornalista


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