Idosos viram microempreendedores em Niterói



Schirley Nascimento, 73 anos, empreendedora.

Nesta terça-feira (1º), quando se comemora o Dia Internacional do Idoso, os profissionais da terceira idade têm muito o que comemorar: eles vêm deixando a informalidade de lado, demonstrando que não existe idade para começar de novo. Em Niterói, a Casa do Empreendedor – que já registrou 12.500 novos microempresários desde sua abertura em 2016 – vem ajudando pessoas com mais de 60 anos a se tornarem microempreendedores individuais (MEI).

Exemplo disso é Schirley Nascimento, de 73 anos, dona de uma força de vontade e determinação que a levaram a aumentar seus rendimentos mensais. Aposentada por idade há 13 anos, ela, que sempre trabalhou com costura sob medida e emprestou seu talento para algumas empresas, é hoje dona do próprio negócio. Ela aproveitou as facilidades da Casa do Empreendedor que, por conta da desburocratização, em até 30 minutos finaliza a abertura de um negócio e libera alvará. Agora dona Schirley é MEI, com direito a participar de concorrências e emitir notas fiscais, dando mais credibilidade ao seu atelier.  

“Me aposentei por idade, com um salário mínimo. E só com ele a gente não vive. Eu tenho que pagar um plano de saúde, por isso continuo costurando, mas também porque amo o que eu faço. Não gosto de ficar parada. O MEI tem grande importância na minha vida profissional e pessoal, pois ajuda a aumentar minha renda com a captação de novos negócios. Ter idade não quer dizer que é para se parar de produzir”, conta a costureira, que faz desde vestidos de noivas e trajes de festa, a roupas do dia a dia, incrementando a renda confeccionando também fantasias de carnaval ou roupas para festa.

O aposentado Paulo Roberto de Sousa resolveu apostar também no próprio negócio e se formalizou pelo MEI há poucos dias. Ele vai inaugurar um quiosque de roupas e brinquedos para pets, num shopping de Niterói, nesse início de outubro. O negócio será aberto, dia 5, mesmo dia do seu aniversário de 68 anos.

“Estou muito feliz e com muita expectativa. Vou inaugurar minha loja e estou com esperança de bons negócios por conta de estar legalizado”, afirma Paulo, para quem a idade é oportunidade de um recomeço.

José Ferreira, de 64, sempre fez encomendas de doces e salgados para festas e, em 2019, resolveu se formalizar com o MEI. Com isso, passou a poder comprar mercadorias que exigem o CNPJ, barateando custos, além de garantir os direitos fiscais e jurídicos de sua empresa.

 “A partir de agora é bola para frente, Deus vai abençoando e as coisas que têm que acontecer. Agora, quando o cliente desejar, eu posso emitir a nota, dando ainda mais garantia ao meu trabalho”, diz o confeiteiro, que está animado com o andamento dos seus negócios e com a mini confeitaria que montou, não escondendo ter boas expectativas.

Microempreendedor Individual e a terceira idade

Microempreendedor individual é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser MEI, o faturamento máximo não deve ultrapassar R$ 81 mil ao ano e o pretendente não pode ter participação em outra empresa como sócio ou titular.

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Município, Luiz Paulino Moreira Leite, diz que a Prefeitura criou a Casa do Empreendedor para estimular novos negócios e facilitar a vida de quem quer ser empresário.

“Antigamente, muitos deixavam de abrir um MEI por conta da burocracia. Hoje, com a Casa do Empreendedor, está muito fácil ainda mais com acesso à cartilha especialmente elaborada para ensinar o passo a passo, aí, vamos ter mais agilidade ainda. É muito gratificante ver que o MEI também está dando espaço e oportunidade para a terceira idade, já que muitos se aposentam e acabam tendo o rendimento reduzido, ficando sem opção”, destaca Luiz Paulino

Beto Saad, secretário municipal do Idoso, comemora o fato de que, em Niterói, os idosos estão tendo oportunidades em diversos setores, além dos projetos desenvolvidos por sua secretaria.

“Estamos finalizando, por determinação do prefeito Rodrigo Neves e com a orientação do NGE (Núcleo de Gestão Estratégica), um convênio para qualificação profissional dos idosos que queiram o reingresso no mercado de trabalho, pois 43% desse segmento necessitam de uma renda extra”, revela Beto Saad.

A Casa do Artesão, ligada à Secretaria Municipal das Culturas, também está de olho em incentivos para gerar renda para pessoas da terceira idade e está viabilizando que a produção dos idosos que compõem chegue efetivamente ao mercado.

“Temos observado que cerca de 60% de pessoas idosas acima de 60 anos, que estão se cadastrando com a gente, querem participar das feiras de artesanato promovidas na cidade, esse percentual é bem elevado, principalmente entre as mulheres. Por isso, estamos estudando a possibilidade de qualificarmos essas pessoas, incluindo treinamento de atendimento ao cliente”, explica Claudia Azevedo, coordenadora da Casa do Artesão.

Ela explicou, ainda, que a intenção é fazer com que haja essa qualificação, através dos cursos e oficinas gratuitos, em parceria com a Subsecretaria Municipal de Ciência e Tecnologia.

Fotos : Bruno Eduardo Alves 

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