Professor da UFF publica novo artigo sobre mudanças climáticas na revista Nature

Igor Venancio de Oliveira (Paleontologista, National Institute for Space Research, Brazil)/Tim Fulton, IODP JRSO) [Photo ID: exp383_112]
O professor Igor Martins Venâncio Padilha de Oliveira, do Departamento de Geoquímica da UFF, é um dos autores de um novo artigo publicado na revista Nature. O estudo integra os resultados da expedição científica DYNAPACC (Dynamics of Pacific Antarctic Circumpolar Current), realizada pelo International Ocean Discovery Program (IODP), e aprofunda o entendimento sobre a Corrente Circumpolar Antártica (ACC), considerada o maior sistema de correntes oceânicas do planeta.
Segundo o pesquisador, o artigo mostra que, ao longo dos últimos 790 mil anos, a ACC apresentou variações frequentes em sua força e posição, com correntes mais intensas durante períodos de aquecimento na Antártica. Essas alterações estariam conectadas a flutuações climáticas no Hemisfério Norte e associadas a mudanças nos níveis de CO₂ atmosférico.
Para Igor, o estudo “oferece uma perspectiva inédita e de alta resolução sobre a variabilidade milenar da Corrente Circumpolar Antártica (ACC) ao longo dos últimos 790 mil anos”. Ele explica que entender a relação entre a ACC, os níveis de CO₂ e a circulação oceânica profunda ajuda a compreender o papel do Oceano Austral como regulador do clima global.
A UFF teve papel essencial para viabilizar a participação do professor na pesquisa. “Gostaria de ressaltar o apoio do Instituto de Química, do Departamento de Geoquímica e do Programa de Pós-Graduação em Geociências (Geoquímica) da UFF. Além disso, o suporte institucional da UFF tem sido essencial para a consolidação de parcerias científicas com centros de pesquisa nacionais e internacionais.”
O professor destaca ainda a importância da universidade na produção de conhecimento ambiental. “A UFF exerce um papel central na geração de conhecimento crítico, multidisciplinar e de interesse público sobre questões ambientais.” E reforça o valor formativo de projetos como esse: “Eles permitem a inserção de estudantes e jovens pesquisadores em redes científicas internacionais, estimulam o pensamento crítico e oferecem a oportunidade de trabalhar com dados e metodologias de ponta.”
Por fim, deixa uma mensagem para estudantes e jovens cientistas: “Estudar a variabilidade natural dos sistemas climáticos, como fazemos na paleoceanografia, é apenas uma das muitas formas de compreender o funcionamento do planeta e contribuir para estratégias de mitigação e adaptação. […] Atuar na ciência aplicada, no desenvolvimento de políticas públicas, na educação ambiental e na comunicação científica também são caminhos fundamentais.”
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