Confucius Classroom da UFF é oficialmente elevado ao status de Instituto
Iniciado em 2018 como um programa dedicado ao ensino da língua e cultura chinesa na Universidade Federal Fluminense (UFF), o Confucius Classroom acaba de alcançar um novo patamar: o status oficial de Instituto Confúcio (IC). A medida reconhece a qualidade e a abrangência de suas ações ao longo dos últimos sete anos e foi aprovada pela Fundação para o Ensino da Língua Chinesa, resultado de uma parceria institucional com a Hebei Normal University, da China, e o Hanban (Departamento do Conselho Internacional de Língua Chinesa), atual Fundação Chinesa de Educação Internacional (CIEF).
A criação do Confucius Classroom na UFF é fruto de negociações e intercâmbios acadêmicos e parcerias iniciados ainda em 2013, culminando na missão oficial à China, Portugal e Inglaterra em 2017, que consolidou acordos estratégicos com instituições internacionais, incluindo a Hebei Normal University. Em 2018, a UFF se tornava a nona universidade brasileira a integrar a rede global dos Institutos Confúcio.
O projeto inicia, assim, suas atividades, sendo parte integrante do Centro de Línguas e Cultura da UFF (CELUFF), coordenado pela Superintendência de Relações Internacionais (SRI). Em 2019, todas as turmas do programa registraram lotação máxima e a UFF recebeu a delegação do Hanban, atualmente CIEF, para atualização, acompanhamento dos indicadores e planejamento das atividades futuras, reforçando sua vocação internacional e seu interesse no fortalecimento das relações com a China, país que, desde 2009, é o maior parceiro comercial do Brasil.
Em relação à recente conquista, o reitor da UFF, professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, destacou a importância do esforço institucional e do fortalecimento das relações internacionais para o sucesso do projeto.
“A elevação do Confucius Classroom à condição de Instituto só foi possível graças ao trabalho institucional de excelência que a UFF tem realizado desde sua autorização. Esse é um reconhecimento do nosso compromisso com o intercâmbio cultural e acadêmico entre o Brasil e a China desenvolvido ao longo de anos e que contribui para a solidificar a reputação internacional da nossa universidade”, ressalta.
Durante esse período, o projeto se destacou por oferecer cursos em língua chinesa dos níveis iniciante ao avançado, além de disciplinas como cultura chinesa, história da China, geografia, atualidades e caligrafia, todas ministradas em português, uma particularidade no cenário nacional. Também foram organizadas palestras, eventos culturais e atividades como o teste HSK (prova de proficiência em língua chinesa), aplicado on-line desde 2021, beneficiando estudantes de todo o Brasil.
Na UFF, até o momento, foram mais de 130 turmas de língua e cultura, com cerca de 120 alunos participando semestralmente da formação em língua chinesa. Além disso, os múltiplos eventos acadêmicos, aulas de kung fu e oficinas culturais, como palestras sobre cultura chinesa, cine-debates e oficinas de jogos, música e artesanato chineses que ocorreram desde 2018, também aproximaram os estudantes e a comunidade da cultura chinesa. O projeto também fomenta a mobilidade acadêmica para a China, com a divulgação de múltiplas oportunidades de bolsa, e organização de cursos de férias anuais desde o ano de 2024.
A diretora chinesa do Instituto Confúcio na UFF, Ana Qiao, ressalta que a abrangência do programa vai além da universidade. “Nossos cursos — presenciais e on-line — alcançam diferentes instituições de ensino no país, promovendo o intercâmbio cultural e linguístico entre o Brasil e a China, com uma formação bilíngue e multicultural que prepara os estudantes para atuarem em contextos globais”, explica.
A mudança de status para Instituto Confúcio poderá ampliar a sua programação acadêmica. Segundo Qiao, entre as novas ações previstas, está a criação, de forma inédita nos Institutos Confúcio no Brasil, de um programa voltado ao ensino de chinês para filhos de chineses radicados no Rio de Janeiro.
“O Programa de Língua e Cultura Chinesa para Crianças foi inicialmente criado a pedido da comunidade chinesa em Niterói para permitir que os descendentes de chineses aprendessem a língua e a cultura chinesa. Desde então, tem sido muito popular e recebido, também, a adesão de crianças brasileiras, o que o torna uma importante plataforma de intercâmbio entre estas e as chinesas. Elas são o futuro da amizade sino-brasileira”, conclui.
Segundo a superintendente de Relações Internacionais da UFF e diretora brasileira do IC da UFF, a professora Lívia Reis, o Confucius Classroom é considerado o primeiro passo da estrutura da educação internacional chinesa. Agora, com a elevação para o status de Instituto Confúcio, a UFF ganha ainda mais prestígio junto à China. “Almejamos muito ter um Instituto Confúcio aqui na universidade, e agora somos a 13ª instituição no Brasil a obter esse reconhecimento. Podemos ministrar aulas presenciais em Niterói e on-line para o resto do mundo, além de aplicar o teste de proficiência HSK, promover eventos culturais e fornecer bolsas para os alunos irem para a China”, destaca;
Sobre o Instituto Confúcio
O Instituto Confúcio é uma organização pública da China sem fins lucrativos, vinculada ao Ministério da Educação chinês cujos principais objetivos são ensinar a língua chinesa, divulgar a cultura chinesa e apoiar trocas culturais com outros países. Os diversos ICs espalhados pelo mundo estão associados à sede, localizada em Pequim. No Brasil, além da UFF, existem Institutos Confúcio em universidades públicas e privadas de todas as regiões do país.
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