Ricardo Moraes – Eleições 2022

Alguém já falou que conhecer a história é importante, para que os erros do passado não se repitam. Parto deste…

Ricardo Moraes


Em tempo – Eleições 2022

Ricardo Moraes – Jornalista


A desesperada busca dos conservadores

Alguém já falou que conhecer a história é importante, para que os erros do passado não se repitam. 

Parto deste princípio e, no entanto, tenho que reconhecer: a grande dificuldade é entender que o que se faz hoje, amanhã é história que precisa ser lida, do verbo ler, que fique claro.

Pois então…

A referida dificuldade está disseminada pelo país. Os meios de comunicação no Brasil são conservadores por excelência, não conseguem fazer uma boa leitura da história de cinco anos atrás e, por isso, estão perdidos na conjuntura.  Fizeram uma opção: criminalizar e desqualificar o que era bom, na expectativa de encontrar o que seria ótimo…para eles.

ERRARAM A MÃO!

A sanha com que os meios de comunicação e militares atacam os governos democráticos, vem desde a década de 1950 – contra Getúlio Vargas e depois com JK – dá nojo. Das manchetes de O Globo contra a institucionalização das “Férias” e do “13º Salário” na década de 1960, até a imagem diária do “esgoto jorrando dólares na tela da TV” na década de 2010, passando pela “Escolha difícil” do Estadão, nas eleições de 2018, não deixam dúvidas.

Apostaram num juiz, e nem se surpreenderam em descobri-lo bandido…fazer o quê né? Estava servindo a eles…

Promíscuos e pouco éticos na relação com a Procuradoria e com o Judiciário, de uma forma geral, os meios de comunicação tradicionais exigem autocrítica de políticos, mas jamais farão autocrítica a tempo de dar chance a qualquer correção nos rumos do país. Jamais exigirão autocrítica do Judiciário, nos referidos períodos. A exceção pontual foi de O Globo que largou de mão a defesa da Ditadura Militar, mesmo assim 50 anos depois e, assim mesmo, quando interessava.

Hoje temos um país com suas instituições calculadamente sob ataque. Antes eram os setores mais progressistas que, se sentindo acuados, num primeiro momento e diante dos “erros” do Judiciário, deram o pontapé inicial. 

Atualmente é o Chefe do Executivo que tomou para si a tarefa de destruir as instituições. Tem sido relativamente bem-sucedido e ainda tira proveito dos ecos da crítica dos progressistas.

O cenário para as eleições de 2022 começou a ser desenhado por um hacker, ao desvendar para The Intercept Brasil, o que chamo de crimes do Moro, reintroduzindo Lula no cenário político nacional. Não fosse o apoio ao ex-juiz, em condenar o ex-presidente, talvez ele tivesse sido o eleito em 2018.

Por outro lado, o atual chefe do Executivo até hoje não governou. Preguiçoso e incompetente, permanece em campanha 24 horas por dia, cuida exclusivamente de um propagandismo direcionado a correligionários, salvar a própria família e mergulha o país numa crise sem precedentes. 

Como disse acima, o que temos são as instituições sob ataque, as ameaças insistentes, com insinuações de golpe, uma crise sanitária, a ascensão de oportunistas e o desvendar da burrice oficial – aqui, com duplo sentido.

São aspectos diferentes, mas NÃO são dois polos. Com isso quero dizer que NÃO há uma polarização política, uma vez que as tradições democráticas no país, estão em questão somente de um lado.  

O discurso conservador, em busca de uma atualização, é desesperado. Faz um tremendo esforço para livrar-se da companhia dos reacionários, mas têm neles uma excelente companhia na implantação de uma agenda em comum, a do Guedes.

Essa é a grande questão e o verdadeiro motivo do desespero dos conservadores – e aqui destaco o descrédito acumulado pelos meios de comunicação e militares – não sabem se terão tempo de inventar uma “terceira via”, capaz de convencer e amealhar votos da população. 

Que cheguem logo as eleições, antes que o Brasil acabe.

Ricardo de Moraes

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