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Quando o silêncio adoece mais do que o grito



Priscilla Cruz
Coluna Priscilla Cruz
Palestrante, Mentora e Psicanalista
WhatsApp: (21) 99759-2438
Instagram e LinkedIn: @priscillacruzoficial



Vivemos em tempos barulhentos. As redes sociais amplificam discursos, todo mundo tem algo a dizer, e parece que quanto mais alto se fala, mais valor se tem. Mas há uma dor silenciosa que se alastra por trás de tantas falas: a de quem engole palavras, reprime emoções e vive sufocado por aquilo que não consegue nomear.

Não é raro ouvir em consultório: “Eu me calei pra evitar conflito”, “Engoli o choro”, “Deixei passar de novo”. Em nome da paz, muita gente aceita a própria anulação. Em nome da harmonia, silencia dores legítimas. Mas o silêncio, quando imposto, adoece. E às vezes, adoece mais do que o próprio grito.

Como psicanalista, vejo o quanto a dificuldade em expressar sentimentos com verdade está na raiz de muitos quadros de ansiedade, depressão e relações rompidas. E como mentora de comunicação, observo o quanto essa mesma dificuldade também bloqueia carreiras, desgasta lideranças e afasta oportunidades. Porque quem não sabe sustentar o que sente, muitas vezes também não consegue sustentar o que escolhe — e isso tem um preço.

Falar é ato político. É também ato de coragem. Mas falar com responsabilidade emocional exige algo ainda mais raro: autoconhecimento. É saber o que se sente, antes de tentar convencer o outro. É parar de repetir discursos prontos e começar a construir diálogos reais.

A comunicação não é só o que se fala — é o que se carrega na fala. E ninguém comunica bem quando vive em guerra consigo mesmo. Da mesma forma, não adianta decorar técnicas de oratória se a voz treme toda vez que a alma está em silêncio. Técnica sem verdade é performance. E performance sem propósito é só ruído.

Por isso, o maior poder que alguém pode desenvolver hoje não é o de falar bonito, mas o de falar com presença. Falar com alma. Falar com a própria história integrada. Esse é o novo luxo emocional dos tempos modernos: saber se escutar antes de se expor.

Minha provocação para você que me lê agora: o que você tem silenciado para manter as aparências? Qual parte sua tem sido engolida em nome de um “tudo bem” que você nem acredita mais? Está na hora de parar de se calar para caber.

Porque quando a fala cura, o silêncio liberta. Mas quando o silêncio aprisiona, a fala é o único caminho de volta para si.


Coluna Priscilla Cruz
Priscilla Cruz é Palestrante, Mentora e Psicanalista
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