Trânsito na Região Oceânica exige ações imediatas
O filme Mad Max, de 1979, protagonizado por Mel Gibson, retrata um mundo em colapso, onde o que restou da civilização é um cenário de guerra, migração forçada e caos nas estradas. Para quem vive na Região Oceânica de Niterói, a comparação com o ambiente do clássico de ação infelizmente não parece exagero.
A Estrada Francisco da Cruz Nunes e suas adjacências tornaram-se um retrato fiel do descontrole viário. Motoristas ignoram semáforos e limites de velocidade, enquanto obras da Prefeitura deixam verdadeiras armadilhas pelo caminho. Um exemplo recente é o reasfaltamento da via, que resultou em “pontas” da ciclovia avançando perigosamente sobre a pista de circulação.
O comércio local, que já sofreu com as sucessivas mudanças urbanísticas da última década, também enfrenta dificuldades. A eliminação da pista auxiliar reduziu drasticamente as opções de estacionamento, sufocando os poucos estabelecimentos que resistiram.
A situação dos retornos é outro capítulo à parte. Distantes mais de um quilômetro entre si, obrigam os motoristas a trafegar até pontos de estrangulamento, como o caótico trevo em frente ao Itaipu Multicenter. O trânsito, já sobrecarregado, se transforma em um gargalo permanente.
E a prometida solução de mobilidade — o corredor exclusivo do BRT Transoceânica — está longe de cumprir seu papel. Com a redução da frota de ônibus, a faixa exclusiva tem sido mais utilizada por ciclistas do que pelos coletivos, deixando a população sem uma alternativa de transporte de massa eficiente.
O resultado de todo esse cenário são acidentes frequentes, sensação de insegurança e uma qualidade de vida cada vez mais deteriorada.
Algo precisa ser feito com urgência. O problema não pode mais ser ignorado. A população da Região Oceânica clama por um plano inteligente e eficaz de controle de trânsito. É necessário devolver à região a possibilidade de crescer de forma sustentável e oferecer condições dignas de mobilidade e segurança para seus moradores.
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