UFF debate impactos da jornada 6×1 na saúde dos trabalhadores na Câmara Municipal do Rio de Janeiro
A Universidade Federal Fluminense (UFF), através do projeto de pesquisa “Impactos da Escala 6×1 na Vida das(os) Trabalhadoras(es)”, coordenado pela professora Flávia Manuella Uchôa de Oliveira, será representada em uma importante mesa de debate na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
O evento, que será aberto ao público, se intitula “Os impactos das altas jornadas de trabalho na saúde do trabalhador” e ocorrerá no próximo 19 de maio de 2025, às 9h30, no Salão Nobre da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, localizado na Praça Floriano, s/n, Cinelândia.
Segundo a professora Flávia, a contribuição da equipe envolvida no projeto para o debate será fornecer subsídios para que trabalhadores(as) e movimentos possam lutar por condições dignas frente à precarização do trabalho. “Além disso, a UFF cumpre o seu papel ao oferecer sua estrutura para pensarmos a sociedade que ambicionamos construir, estimulando o debate por meio da academia, mas para bem mais além dela”, ressalta.
A pesquisa busca preencher uma lacuna importante, evidenciada por declarações como a da Fecomercio, que, ao ser questionada sobre a escala 6×1, afirmou não ter estudos sobre o tema. “Assumimos o desafio de produzir esses dados, revelando informações muitas vezes ignoradas ou deliberadamente apagadas no debate público”.
Idealizado pelo vereador Rick Azevedo (PSOL) e pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), o debate reunirá técnicos, trabalhadores e especialistas para discutir os efeitos das jornadas exaustivas sobre a saúde física e mental dos profissionais. O projeto da UFF, que investiga especificamente os impactos da escala 6×1, contribuirá com dados e análises que enriquecem a compreensão sobre o tema.
“Administrar o ambiente de trabalho sem reorganizar o espaço e o tempo que o trabalho ocupa nas nossas vidas não trará mudanças efetivas para as vidas das trabalhadoras e trabalhadores. Nossos dados mostram que a realidade de trabalho na escala 6×1 é determinante para a degradação da saúde física e mental, e para o isolamento. O uso de medicamentos ansiolíticos, antidepressivos e analgésicos são citados como formas de suportar o dia a dia. Esses resultados apontam para uma realidade de trabalho adoecedora e mostram os limites das atuais discussões sobre saúde voltadas às políticas públicas e à regulação do ambiente de trabalho”, explica a pesquisadora.
A equipe atual da pesquisa é formada por Flávia Manuella Uchôa de Oliveira (UFF); Clarice Rodrigues Pinheiro (UFF); Rafael Macharete (UFF); Priscila Rocha Vicente (UFF); Gabriel Sant’Anna (UFF) e Mary Zhang (University of Birmingham, Reino Unido).
A participação da UFF neste debate reforça o compromisso da universidade com a promoção de pesquisas que dialogam com as demandas sociais e políticas contemporâneas, além de fortalecer a integração entre a academia e a sociedade civil.
Clique aqui ara acessar os resultados parciais da pesquisa.
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