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Pesquisas da UFF sobre estresse gestacional e exercício físico recebem destaque em congresso científico internacional


Duas pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Nutrição e Metabolismo (LANUM), vinculado ao Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense (UFF), foram premiadas no 13th World Congress of the International Society for Developmental Origins of Health and Disease (DOHaD), realizado em Buenos Aires, Argentina, entre os dias 7 e 10 de setembro de 2025. O evento é um dos mais importantes do mundo na área de saúde e desenvolvimento.

O trabalho “Gestational stress impairs endothelium-dependent vasodilation and redox homeostasis in male and female offspring: the effects of aerobic training”, desenvolvido pela doutoranda Juliana Monnerat, com orientação de Renata Frauches Medeiros Coimbra, professora do departamento de Nutrição e Dietética (MND) e coordenadora do LANUN, recebeu o prêmio de 3º melhor trabalho apresentado em comunicação oral. O estudo foi realizado em parceria com o Laboratório de Ciências do Exercício (LACE) e o Laboratório de Farmacologia Experimental (LAFE), ambos do Instituto Biomédico da UFF.

De forma simples, a pesquisa observou que o estresse durante a gestação pode causar danos aos vasos sanguíneos e alterações metabólicas nos filhos na vida adulta. O estudo mostrou, contudo, que a prática regular de exercícios físicos pode ajudar a reverter esses efeitos, melhorando a circulação e o equilíbrio de substâncias antioxidantes no organismo. Também foi identificado que os efeitos variam entre machos e fêmeas, indicando que o sexo pode influenciar a resposta do corpo ao estresse e ao exercício.

A coordenadora do LANUN, Renata, destacou a relevância do reconhecimento:

“Esse prêmio é motivo de grande orgulho para toda a equipe. Ele reflete o empenho e a dedicação dos estudantes e pesquisadores do nosso grupo, além da força da colaboração entre diferentes laboratórios e professores, dentro e fora do Instituto Biomédico. Ver nossos resultados sendo reconhecidos internacionalmente é um estímulo para continuarmos investigando como o estresse e o exercício físico influenciam a saúde e o bem-estar, contribuindo para a formação de novos cientistas e para o avanço do conhecimento na área.”

Além disso, o grupo também recebeu menção honrosa com o pôster apresentado pela aluna de graduação em Nutrição Anna Caldas, que investigou os efeitos do estresse gestacional na saúde óssea. A pesquisa revelou que o estresse durante a gravidez pode reduzir a densidade e a resistência dos ossos tanto das mães quanto dos filhos na vida adulta, evidenciando que seus impactos se estendem a diferentes sistemas do corpo.

Segundo a professora Renata, os trabalhos premiados fazem parte de uma linha de pesquisa contínua do LANUM que investiga os efeitos do estresse variável — um modelo que reproduz situações vividas pela população — sobre diferentes funções fisiológicas e como o exercício físico pode atenuar esses impactos. As pesquisas também integram o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Atividade Física e Saúde, reforçando a importância da colaboração entre grupos de diferentes áreas.

O LACE, coordenado pelo professor de Medicina e reitor da UFF, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, foi o principal local de realização das pesquisas, abrigando os experimentos e coletas de dados fisiológicos. Já o LAFE, coordenado pela professora Fernanda Carla Ferreira de Brito, contribuiu com experimentos in vitro sobre a saúde vascular. O Laboratório Analítico de Biomateriais Restauradores, do Departamento de Odontologia Restauradora, coordenado pelo professor Eduardo Moreira da Silva, colaborou nas análises de biomecânica óssea.

Segundo o reitor da UFF e coordenador do LACE, professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, “ o destaque obtido no congresso é motivo de grande satisfação para todos da universidade. O LACE tem se consolidado como um espaço de integração entre ensino, pesquisa e inovação, onde o trabalho em equipe e a troca de conhecimento entre diferentes áreas têm produzido resultados de excelência. Esse reconhecimento internacional reforça o papel da UFF na formação de novos cientistas e no desenvolvimento de pesquisas com impacto direto na saúde da população, fortalecendo nosso compromisso institucional com a ciência de qualidade e a colaboração interdisciplinar”, afirma.

De acordo com a doutoranda Juliana Monnerat, o projeto nasceu da preocupação com os efeitos do estresse cotidiano, intensificado durante a pandemia:

“Queríamos compreender como o estresse materno pode ser determinante para o surgimento de doenças cardiovasculares na vida adulta dos filhos. Nossos resultados mostram que o exercício aeróbico, como caminhadas e corridas, pode ser uma estratégia simples e de baixo custo para prevenir esses efeitos, algo que queremos investigar futuramente em seres humanos.”

A equipe já prepara novas etapas da pesquisa, incluindo estudos sobre o potencial terapêutico de subprodutos do cacau frente a alterações cardiometabólicas, em busca de novas estratégias para atenuar os efeitos do estresse.

Para Anna Caldas, a experiência internacional foi um marco pessoal e profissional:

“A carreira acadêmica sempre foi um desafio, mas cada dia me apaixono mais pela pesquisa. Sem a UFF, nada disso seria possível. Ter levado o trabalho do nosso grupo para um congresso mundial, com apenas 21 anos, foi uma realização imensa e um incentivo para continuar nesse caminho.”

 


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