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“A Nova Onda Maldita”, tributo a Luiz Antonio Mello: livro, show e cinema celebram o legado do comunicador e da rádio que revolucionaram o rock no Brasil


Os dias 1, 2 e 3 de setembro marcarão uma homenagem a Luiz Antonio Mello, o LAM, jornalista, escritor e fundador da lendária Rádio Fluminense FM, eternizada como “A Maldita”. No momento em que se finalizava o trabalho de reedição pela Editora da Universidade Federal Fluminense (Eduff) do livro que narra a história da rádio, fomos todos surpreendidos pela triste notícia de seu falecimento. Dessa forma, o evento, que contará com cinema, show e lançamento do livro, reúne amigos, artistas e admiradores para celebrar a trajetória multifacetada de LAM.

Na década de 1980, mais que uma rádio, a Maldita representou um símbolo da contracultura, irreverência e liberdade criativa. De Niterói, o dial impulsionou bandas que se tornariam clássicos do rock nacional, influenciou comportamentos e quebrou paradigmas numa época em que o gênero não encontrava muito espaço na grande mídia.

A ideia da reedição do livro surgiu a partir de um debate no Cine Arte UFF sobre o filme Aumenta que é Rock’n’Roll, de 2024, produzido por Renata Magalhães e dirigido por Tomás Portella. Inspirado no livro A Onda Maldita, de LAM, o filme recria de forma ficcional a saga da Fluminense FM, revelando os desafios e a ousadia de quem, de maneira pioneira, acreditou no rock brasileiro. Publicada originalmente em 1992, a obra encontrava-se esgotada há anos em seu formato impresso.

Com o aumento do interesse por uma nova edição, a UFF assumiu o projeto, reforçando seu compromisso com a preservação e a difusão da memória cultural brasileira. O reitor da UFF, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, destacou a capacidade de inovação e genialidade de LAM. “A Fluminense FM marcou época e desafiou o status quo utilizando métodos inovadores que colocavam a música e a cultura em primeiro lugar, acima do poderio econômico. Além da atuação na rádio, o Luiz Antonio era um intelectual, conhecedor de literatura e um grande contador de histórias, que não se rendia ao óbvio. É motivo de orgulho para a UFF misturar-se à história desse gênio contemporâneo do país.”

A programação da homenagem integra as celebrações pelos 65 anos da Universidade Federal Fluminense. As atividades começam com a exibição de dois filmes que transmitem o espírito irreverente e transformador da Maldita e seu papel decisivo na consolidação da identidade musical brasileira. No dia 1º de setembro, às 18h, no Cine Arte UFF, o público poderá conferir o filme Aumenta que é Rock’n’Roll.

No dia 2, às 20h20, será exibido o documentário A Maldita (2019), de Tetê Mattos, que reúne depoimentos, imagens de arquivo e registros históricos para contar, a partir da memória de seus protagonistas, o impacto cultural e social da rádio na formação de uma geração. As exibições são gratuitas.


O encerramento das homenagens será no dia 3, às 18h, com o lançamento do livro A Nova Onda Maldita + Aumenta que é Rock’n’Roll, com trechos inéditos e o roteiro completo do filme. Logo depois, às 20h, o Teatro da UFF será palco de “A Nova Onda Maldita: o show”, com a cantora niteroiense Adriana Ninsk e músicos convidados interpretando clássicos e novidades do rock’n’roll que são a essência da Rádio Fluminense FM. A abertura ficará por conta da banda Lizium, formada por alunos da UFF — uma forma de homenagem, já que  LAM e a Maldita foram pioneiros em abrir espaço para novas bandas, muitas das quais se tornaram ícones do rock no país. O ingresso custa R$ 5,00, preço único promocional. 

O superintendente do Centro de Artes UFF, Leonardo Guelman, destaca, além do caráter afetivo da homenagem, sua dimensão simbólica, ao reconhecer “a maneira singular com que LAM se relaciona com diferentes segmentos artísticos, sempre com um traço inventivo muito próprio, que se tornou também uma espécie de escola para outros profissionais, redimensionando o alcance dos produtos culturais”. 






 

 

 


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