Comemorações dos 65 Anos da UFF: Cultura, Inclusão e Música em destaque

Para celebrar seus 65 anos de história, a Universidade Federal Fluminense tem promovido uma série de eventos artísticos e culturais. Entre as mais recentes atrações da programação, está a exposição Retratos da Inclusão, em exibição de 11 de dezembro a 31 de janeiro de 2026 no hall do prédio da Reitoria.

Com entrada gratuita, a exposição apresenta o trabalho fotográfico de Saminy Ribeiro e Graziele Vulpe, alunas do Instituto Gingas, primeiro Pontão de Cultura de Acessibilidade do Brasil, destacando a fotografia como caminho de expressão, encontro e autonomia para pessoas com deficiência intelectual. O projeto, desenvolvido em parceria com a UFF, registra a relação construída entre educadoras, alunas e comunidades, revelando processos de criação que nasceram em estúdios improvisados e se expandiram para diferentes espaços, como escolas, serviços de saúde e ações culturais. As imagens expostas não apenas retratam pessoas e cenas, mas revelam mundos, afirmando a importância de abrir espaço institucional para novas formas de sensibilidade, participação e visão de mundo.

Segundo o superintendente do Centro de Artes, Leonardo Guelman, ampliar espaços expressivos dentro da universidade é essencial para promover trocas de experiência, vivências de alteridade e superação de barreiras e preconceitos. “A arte e a expressão são caminhos potentes de inclusão, especialmente para pessoas com deficiência. Nesse sentido, é nosso papel abrir espaços expressivos para as múltiplas formas de sensibilidade, onde possa ocorrer esse aprendizado mútuo. As diferentes áreas da universidade – como acessibilidade, psicologia e artes – precisam atuar de forma transversal, fortalecendo projetos que dialogam com as comunidades e colocam a UFF como um espaço aberto de expressão, reflexão e troca”, ressalta.

Breno Platais, fotógrafo, professor e curador da exposição, conta que, ao iniciar as sessões fotográficas com pessoas com deficiência intelectual, enfrentou desconfiança, especialmente por parte das mães, que muitas vezes enfrentam solidão e dificuldades financeiras. No entanto, ao perceberem a proposta de capturar a conexão e a autoestima de seus filhos, as famílias começaram a se abrir mais. Platais destaca a importância da fotografia como um processo de aproximação e superação das barreiras. “Não dou aula, mas facilito o processo de aproximação da câmera e da ideia de composição. Acredito que a inclusão e a arte são caminhos essenciais para a transformação social”, afirma.

 Mostra UFF de Rock Autoral e Feira de Vinil Niterói 

A programação comemorativa pelos 65 anos da UFF também celebrou a música e a cultura urbana. Na noite de 10 de dezembro, o Teatro da UFF recebeu a Mostra UFF de Rock Autoral, dedicada à produção musical independente de Niterói. Quatro bandas da cena local ocuparam o palco em um encontro marcado por atitude, diversidade sonora e valorização da autoria, reafirmando o papel da universidade como espaço de difusão cultural e incentivo à criação artística.

Subiram ao palco as bandas Vera Fischer Era Clubber, com sua mistura de eletropop, punk e caos poético; Facção Caipira, unindo indie, brasilidades e resistência; A Concha, representante do rock autoral niteroiense; e Lizium, com um som potente e influências que vão de Planet Hemp a Led Zeppelin.

Já nos dias 13 e 14 de dezembro, o hall do prédio da Reitoria foi palco da Feira de Vinil Niterói, que reuniu colecionadores, músicos e entusiastas do formato analógico. Com mais de 10 mil discos disponíveis, o evento proporcionou um ambiente de troca, memória e apreciação do som clássico, fortalecendo vínculos entre gerações e reafirmando a UFF como espaço de encontro entre cultura, história e comunidade.

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