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Pesquisadora da UFF desenvolve molécula inovadora para combate à esporotricose


A professora e pesquisadora Vanessa do Nascimento, vinculada ao Departamento de Química Orgânica da UFF, acaba de ser reconhecida com o prêmio Para Mulheres na Ciência por sua pesquisa inovadora no desenvolvimento de uma molécula com potencial terapêutico para o tratamento da esporotricose, uma micose considerada negligenciada no Brasil.

Promovido pelo Grupo L’Oréal no Brasil, em parceria com a Academia Brasileira de Ciências e a Unesco Brasil, o prêmio tem o objetivo de valorizar e dar visibilidade à produção científica feminina no país. Vanessa foi vencedora na categoria Ciências Químicas, entre outras cientistas cujas pesquisas abordam desafios contemporâneos com impacto social e científico.

A esporotricose é uma micose que afeta tanto humanos quanto animais, especialmente gatos, e tem apresentado crescimento expressivo nos últimos anos, com o estado do Rio de Janeiro concentrando grande parte dos casos registrados. As manifestações da doença variam desde lesões cutâneas até infecções graves em órgãos como pulmões, ossos e articulações, e ainda carecem de opções terapêuticas plenamente eficazes.

Diante desse cenário, a pesquisadora da UFF liderou o desenvolvimento de uma molécula inédita que combina um antifúngico amplamente conhecido (itraconazol), com naftoquinona e selênio obtido de forma sustentável em uma estrutura química única. Essa proposta inovadora busca não apenas ampliar a eficácia do tratamento, mas também torná-lo mais acessível e ambientalmente responsável. A rota de síntese emprega materiais de baixo custo e alto rendimento, o que potencializa a produção nacional e a democratização do acesso.

Vanessa do Nascimento, professora da UFF, é premiada no programa Para Mulheres na Ciência - Foto: Reprodução

Vanessa do Nascimento, professora da UFF, é premiada no programa Para Mulheres na Ciência – Foto: Reprodução

Além da relevância científica da pesquisa, a trajetória pessoal da professora Vanessa reflete um compromisso profundo com a educação pública e o desenvolvimento social. Formada em Química e docente na UFF, ela busca traduzir os avanços da ciência em benefícios concretos para a população, principalmente no enfrentamento de doenças negligenciadas no Brasil.

Para a pesquisadora, o reconhecimento com o Prêmio Para Mulheres na Ciência representa a realização de um sonho pessoal e um marco em sua trajetória acadêmica. “Sempre foi um sonho para mim. A realização desse sonho foi muito mais do que eu imaginava”, afirma. Segundo Vanessa, além do simbolismo, a premiação trouxe impacto direto em sua autoconfiança e na percepção do próprio trabalho: “A conquista desse prêmio, pessoalmente falando, me deixa muito mais confiante no meu trabalho e na pesquisa que desenvolvemos”, ressalta.

A pesquisadora destaca ainda que o prêmio funciona como um verdadeiro “divisor de águas” para seu grupo de pesquisa da UFF. “Todo mundo comenta que o Prêmio para Mulheres é um divisor de águas, por conta da divulgação e das portas que se abrem”, explica. Para ela, o reconhecimento fortalece o laboratório e motiva estudantes e colaboradores: “As pessoas que caminham ao meu lado no laboratório ficam muito mais motivadas, porque veem que há reconhecimento e que o que fazemos é importante”. A pesquisadora acredita que novas oportunidades devem surgir a partir dessa visibilidade, ampliando o impacto científico do trabalho desenvolvido na UFF.

Além do avanço científico, Vanessa ressalta o papel inspirador da premiação para outras mulheres na ciência. “Isso serve para inspirar outras meninas, e é o que eu quero fazer com esse prêmio”, afirma. Ao abordar os desafios da carreira acadêmica, ela reforça a importância de não desistir: “A ciência precisa de mulheres, da curiosidade, da sensibilidade, da coragem e da resiliência feminina”. Consciente dos obstáculos, ela deixa um convite aberto: “As portas do meu laboratório estão abertas para quem quiser fazer pesquisa com a gente ou conversar sobre carreira científica”, reforçando que iniciativas como essa ajudam a enfrentar a síndrome da impostora e a fortalecer a presença feminina no meio científico.


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