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Professor da UFF é reconhecido em prêmio internacional de inclusão e diversidade na ciência


A Microbiology Society, uma das principais instituições científicas dedicadas à microbiologia no mundo, anunciou os vencedores do Equality, Diversity and Inclusion Prize 2026, reconhecimento internacional concedido a iniciativas que fortalecem a diversidade, a equidade e a inclusão na ciência. Entre os contemplados está o professor Bruno Francesco Rodrigues de Oliveira, do Instituto de Biologia da UFF, integrante do grupo que coordena a rede global Pride in Microbiology Network (PiM).

A premiação foi atribuída à atuação da rede, que reúne pesquisadores LGBTQIAPN+ de diferentes países com o objetivo de promover ambientes acadêmicos mais seguros, acolhedores e representativos. A iniciativa se tornou referência global ao incentivar a visibilidade de cientistas queer, estimular mentorias e trocas, apoiar jovens pesquisadores e ampliar discussões sobre inclusão em eventos científicos da área de microbiologia, consolidando-se como um marco na articulação entre ciência e direitos humanos.

Segundo o professor Bruno, a rede Pride in Microbiology Network foi fundada em 2023 e tem como um de seus principais objetivos destacar o trabalho e a pesquisa de microbiologistas LGBTQIA+ e, notadamente, aproximá-los para que se sintam seguros e confortáveis em compartilhar suas experiências profissionais enquanto membros da comunidade. “Esse prêmio simboliza que nossos esforços nesses três anos de existência não foram em vão, possibilitando a expansão e fortalecimento de nossa rede internacionalmente”, celebra.

O pesquisador afirma ainda que, segundo dados já publicados, cientistas LGBTQIA+ têm maior tendência de abandonar suas carreiras em pesquisa ainda em estágios iniciais de formação na graduação e pós-graduação por não tolerarem o preconceito e não sentirem nenhuma sensação de pertencimento em uma academia ainda muito heteronormativa, o que reforça a importância de iniciativas como a rede PiM.

Na UFF, Bruno é fundador do Laboratório de Bacteriomas Marinhos (BacMar), onde, junto ao seu grupo de pesquisa, investiga comunidades procarióticas associadas a hospedeiros marinhos sob as perspectivas ecológica e biotecnológica, com especial foco no holobionte de macroalgas. Para ele, é essencial inspirar os pesquisadores mais jovens para que busquem “quebrar um ciclo de uma academia que ainda permanece muito branca, machista, heteronormativa e extremamente refratária à diversidade. Nós sempre estivemos aqui. A questão agora é que a gente não vai tolerar ser deixado à margem e vai exigir não apenas o mínimo de respeito, mas também a ter nossos espaços e todos os direitos garantidos, mantidos e não violados. Enquanto depender de mim, a rede PiM vai simbolizar isso para todos os microbiologistas queer e trans, principalmente os que estão em início de carreira: a caminhada é tortuosa, mas nós não estamos sozinhos!”, conclui.


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