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UFF inicia comemorações de 65 anos com Aula Magna da escritora Conceição Evaristo


A Universidade Federal Fluminense (UFF) ficou lotada, nesta quinta-feira (28), para assistir à Aula Magna ministrada pela escritora e professora visitante do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFF (PPG-Psi/UFF), Conceição Evaristo. Para dar início às celebrações dos 65 anos da universidade, o Teatro da UFF abriu as portas para uma das principais vozes da literatura brasileira contemporânea, que trouxe a palestra Escrevivência: singularidades de um texto-negro-vida. O tema propõe uma reflexão sobre a escrita como experiência de identidade, memória e resistência da população negra. A partir desta metodologia que vai além da literatura, Evaristo trabalha a expressão das subjetividades e cultura de um povo há séculos oprimido.

Com ampla adesão da comunidade, o evento foi transmitido simultaneamente no Cinema da UFF, para contemplar todos os interessados. Em uma mesa composta também pelo reitor, professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, e pela professora do Instituto de Psicologia e representante do Coletivo Escrevivência, Luiza Rodrigues de Oliveira, a escritora foi homenageada pela universidade em meio ao carinho da plateia com o certificado de Aula Magna e, após o término, abriu uma sessão de autógrafos para o público geral.

O Teatro e o cinema da UFF ficaram lotados para ouvir e prestigiar a autora. Foto: Mariana Angelito/SCS

O Teatro e o cinema da UFF ficaram lotados para ouvir e prestigiar a autora. Foto: Mariana Angelito/SCS

No princípio da celebração, Conceição Evaristo relembrou as passagens pela UFF e considerou emocionante retornar à academia para espalhar conhecimento sobre literatura e resistência para cada vez mais pessoas. “Eu fico feliz e vejo uma transformação histórica, tanto da instituição, quanto minha. Fui aluna aqui em um momento em que a minha literatura não tinha a visibilidade que tem hoje”, aponta a autora. Ela menciona também a professora Iolanda de Oliveira, do Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira da UFF (PENESB-UFF), no qual trabalharam juntas nos estudos de literatura nos anos 2000.

Conceição Evaristo falou sobre o método de Escrevivência como forma de resistir e criar subjetividades. Foto: Mariana Angelito/SCS

Conceição Evaristo falou sobre o método de Escrevivência como forma de resistir e criar subjetividades. Foto: Mariana Angelito/SCS

“Eu gostaria que a minha presença na universidade hoje fosse também uma maneira de prestar atenção nos alunos e alunas negras. Espero que ela sirva para não pensar só a minha, mas a trajetória coletiva de pessoas negras que passam por aqui e que a gente consiga, cada vez mais, empretecer a UFF”, ressalta a escritora.

Para o reitor, a presença de Evaristo traduz a força simbólica de encontros que promovem reflexão e ampliam o papel social da universidade. “É uma honra para a UFF receber a nossa amiga e professora visitante Conceição Evaristo em sua aula magna. Acredito que esta é uma ocasião em que evidenciamos o papel da universidade na valorização da diversidade cultural e intelectual do Brasil. Sua presença simboliza o diálogo entre literatura, memória e transformação social, posicionando a UFF como espaço de produção crítica e democrática do conhecimento. Este momento tão especial, no qual damos início às festividades dos 65 anos da UFF, enriquece nossa trajetória institucional e projeta ainda mais a universidade no cenário nacional e internacional”.

Ainda durante o evento, a professora Luiza Oliveira celebrou a presença da autora, destacando a importância de receber em espaços da universidade uma referência da literatura e da promoção da pluralidade no meio acadêmico. “A chegada da Conceição Evaristo como professora convidada do PPG-Psi/UFF traz o sentido de que a política de ação afirmativa também é a criação e a afirmação das nossas epistemologias e dos nossos modos de produção de conhecimento”, destaca Oliveira. “Conceição, vinda das Minas Gerais, moradora de um morro que tem o seu nome, você vem e traz junto muitas mulheres negras que nos ajudam a não esquecer dos nossos. Uma intelectual negra como você é uma intelectual que não esquece do povo preto”, complementa a homenagem e o agradecimento.

A solenidade, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e pelo Coletivo Escrevivência, marcou oficialmente a abertura das comemorações do aniversário da UFF, que seguem ao longo do segundo semestre deste ano com atividades acadêmicas, culturais e institucionais que reforçam o papel da universidade na produção de conhecimento, na inclusão social e no desenvolvimento científico e sustentável do país.

A homenagem à autora e o carinho do público marcaram o final da Aula Magna. Foto: Mariana Angelito/SCS

A homenagem à autora e o carinho do público marcaram o final da Aula Magna. Foto: Mariana Angelito/SCS

Os 65 anos da UFF

Fundada em 1960, a Universidade Federal Fluminense promove o ensino, projetos de pesquisa e de extensão de alta qualidade em diversas áreas do conhecimento. Presente em nove cidades do estado do Rio de Janeiro e com uma unidade avançada em Oriximiná (PA), a UFF é reconhecida como uma das principais universidades do país, comprometida com a excelência acadêmica, com a defesa da universidade pública e com o desenvolvimento nacional.


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